quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Sessão 6. José Reis Santos; O Fascismo existiu em Portugal? Entender as origens do Estado Novo.

O Fascismo existiu em Portugal?
Entender as origens do Estado Novo.

El Corte Ingles, 7 de Novembro
VERSÃO NÃO TRABALHADA.
NÃO CITAR SEM AUTORIZAÇÃO DO AUTOR

As origens do salazarismo
O Fascismo
De quem o viveu
De quem o interpretou
De quem o recorda
Conclusão e provocação.


As origens do salazarismo

O Estado Novo assumia, na sua génese institucional, um compromisso entre várias direitas que, em última análise, compõem a sua sustentação ideológica, política e social. Fernando Rosas identifica-as como sendo:

a) o Autoritarismo Conservador, do Integralismo Lusitano;
b) o Catolicismo Conservador, do CADC e do próprio António de Oliveira Salazar
c) a Direita Liberal, Republicana e Conservadora, muito ligada aos militares, com vértice em Óscar Carmona
d) a «Direita das Realizações», associada com os engenheiros do regime, colaboradores aguerridos dos ministérios da Economia, Agricultura, Obras Publicas e da Industria[i].
e) o Fascismo, de Rolão Preto e dos nacionais-sindicalistas
É este o desenho das direitas do regime, do frentismo salazarista que Fernando Rosas; e será deste caldo político-ideológico que sairá o dispositivo institucional Estado Novo, o seu desenho jurídico e constitucional.

No entanto o período de decantação destas forças é lento, e ferozmente conflituoso. Atravessa toda a Ditadura Militar e prolonga-se nos primeiros anos do novo regime. Em causa a liderança do processo de transição, o desenho constitucional e a natureza do regime.

Sabemos que no processo constituinte envolvente do texto constitucional são diversas as forças políticas que pelejam pela hegemonia ideológica e pela liderança do processo de transição, que o campo nacionalista não é uno. Há ainda quem nele resista.



Para os nossos intentos importa assumir dois tipos de confrontos:

1. O dilacerante e intestinal confronto e negociação política, entre o autoritarismo conservador, solidamente moldado ideologicamente no Integralismo Lusitano; e a direita liberal republicana, consciente da necessidade da manutenção do registo republicano no novo regime.


2. O confronto aberto com o Nacional-sindicalismo e com o fascismo à portuguesa, resolvido com a concorrência, extinção e absorção.
1. O confronto e negociação política entre a direita liberal e a frente autoritária antiparlamentar, anticomunista e antiliberal

Salazar, curiosamente, posicionara-se, numa primeira fase, exteriormente em relação a este combate.

Herdeiro da tradição católica, inspirada pela Doutrina Social da Igreja e matutado no catolicismo integral, encontrava-se mais interessado na resolução do problema da governança e na necessidade de erguer um Estado forte que na questão do regime.

A sua concepção de democracia fora moldada no debate político e ideológico resultante da forte reflexão patrocinada pelo catolicismo reformista e interventivo inaugurado na encíclica Rerun Novarum[ii], continuado na Politique d’Abord e experimentado no sindicalismo católico, na democracia cristã.

Na sua rápida ascensão no terreno político da Ditadura Militar é apoiado pela «fronda de direitas autoritárias e antiliberais» que, construindo uma verdadeira “frente salazarista” assumem a dianteira do processo de “transição mental” do regime, em confronto com a direita republicana conservadora, ainda dominante da situação política, ancorada nos militares e no governo de Vicente de Freitas[iii].

Salazar aceita o apoio e rapidamente é o principal artífice do discurso revolucionário, nacionalista e autoritário que polvilha o panorama político nacional no final da década de 20, inícios da de 30[iv].

Alia a estas características o seu discurso de rigor financeiro, o prestígio acumulado como professor universitário e católico devoto e um prometido plano de salvação financeira nacional; questão, à época, absolutamente estratégica, não só para os imediatos problemas de tesouraria mas também para a futura realidade institucional necessária para ultrapassar a transitoriedade da Ditadura Militar[v].

Estas características cotaram-no como um político de excepção, como um «mago» provido de uma solução.

No entanto, a face republicana conservadora, nunca abandonou verdadeiramente a ideia formal da manutenção da República como regime político, e procura que a confirmação popular e a legitimidade eleitoral sejam uma peça-base na nova arquitectura institucional, na senda de uma renovação sidonista.

Não é assim de todo surpreendente que uma das principais preocupações dos líderes da Ditadura Militar após colocarem Carmona na liderança da mesma, fosse a questão da legitimidade eleitoral do Chefe do Estado, e logo em 1928 organizam a sua eleição e preparam eleições administrativas.

Este acto eleitoral fundador da nova situação imporia, em certa medida, o tom para as futuras validades políticas e colavam a direita republicana ao modelo liberal. Preconizavam, lato senso, uma solução de transição gradual, renovadora, do espírito da Constituição de 1911.

Por outro lado, o discurso revolucionário e corporativo era insistente na necessidade de consolidar a ideia da Revolução Nacional e para confirmar a construção de uma nova realidade política para Portugal.

Salazar não se afasta desta linha.

O argumento salazarista bebia na necessidade de regeneração nacional o imperativo da edificação de Nova Era de Governo, de Política e de Espírito para o Povo Português[vi].

Confirmava, nestas intervenções, o confronto Ordem / Desordem, entre o passado da I República (a Desordem) e o Estado Novo a construir (a Ordem).

Era Salazar quem comandava os destinos ideológicos da Revolução Nacional. Era ele que definia o Discurso.

No final, caberá ao General Óscar Carmona, que comandava a tropa[vii], e entronizado legítimo Presidente da República, a gestão deste conflito, oscilando gradualmente para a proposta preconizada pelo professor de Finanças de Coimbra, abandonando os argumentos reformistas, de certa maneira testadas sem resultados positivos[viii].

No processo de superação do liberalismo, que o Estado Novo assume como decisivo, a formulação final do esquema de representação política - manifestado na atribuição de direitos políticos activos e passivos (votar e ser eleito) -, encontra-se exposto a este ajuste entre a necessidade revolucionária da formulação de um novo modelo, um modelo corporativo e orgânico; e a vontade renovadora de que a nova realidade assente na estrutura social e política existente, de matriz liberal e republicana.

Não se pense, no entanto, que o processo de construção constitucional foi directo ou incisivo. A base do conflito ainda se verificava, mesmo que agora a Salazar coubesse a responsabilidade de cuidar da transição política.

Carmona ainda representava os interesses do republicanismo militarista de direita, de matriz liberal, e não se encontrava totalmente convencido nem da necessidade de ruptura total preconizada por Salazar e pelos seus aliados, nem do imperativo abandono do modelo liberal, assumido na sua eleição para a Presidência da República.
Encontramos, assim, em confronto, dois modelos bem distintos, nas soluções políticas apresentadas para resolver o trauma da transição, nos conceitos ideológicos sustentadores do Discurso, nos modelos de organização do Estado e, naturalmente, nos pressupostos eleitorais subjacentes.

Do ponto de vista ideológico, o modelo liberal, preconizado por Carmona, defendia o conceito de cidadão-eleitor, como definido pela Revolução Francesa de 1789, cuja assumpção prática, à linha do defendido à época, se materializava nas características capacitárias e censitárias da atribuição do voto.

O modelo corporativo apreendia o voto como um comportamento orgânico da Nação. Por um lado, entendia-se que caberia às forças vivas organizadas – as Corporações, os Grémios, os Sindicatos, etc – a responsabilidade de, num sistema piramidal, sucessivamente eleger representantes profissionais, sociais ou políticos. Por outro lado, à célula-base da Nação, definida na unidade familiar, representada pelos Chefes de Família, era delegada a responsabilidade do envolvimento individual no processo electivo, sempre e só na base da pirâmide.

Perante este cenário, rapidamente se entende que a relação Carmona-Salazar é decisiva para a almejada transição institucional. O binómio Salazar-Carmona é assim capital para entendermos a força da dupla legitimidade anunciada no advento do Estado Novo:

a legitimidade revolucionária, impulsionadora do golpe de 28 de Maio de 1926 e que procura a regeneração política de um país caotizado pela experiência quasi-anarquizante da I República, sem solução sistémica;

e a legitimidade institucional, responsável pela reestruturação social, económica e política e apoiante da solução constitucional levada a cabo pelo Presidente do Concelho no início dos anos 30.

António de Oliveira Salazar, Discursos I
«As diferentes forças políticas em face da Revolução Nacional», Novembro de 1932, no acto de posse dos corpos directivos da UN,
Pág. 175.

Salazar, neste discurso, fecha o período de debate e de auscultação política entre as forças vivas que apoiam o seu projecto. Assume-se como o seu líder.

Seria ele, agora Presidente do Conselho, a definir o trajecto político e ideológico do regime, do Estado Novo.

(isto não quer dizer que os ânimos se tenham extinguido ou que os confrontos se tenham resolvido. Muitos ficaram apenas adiados…)
2. Um segundo confronto é o contra o Nacional-sindicalismo e com o fascismo à portuguesa, resolvido com a sua extinção e absorção.

a) O Nacional-sindicalismo
Em Fevereiro de 1932, um grupo de estudantes Fascistas criou em Lisboa um jornal académico, A Revolução.

Quase todo o grupo fundador pertencia ao sector estudantil do Integralismo Lusitano.

Meses mais tarde, convidaram Francisco Rolão Preto para seu director, que lançaria nesse verão – 1932 – o Movimento Nacional-Sindicalista.

Em 1932 este fenómeno é já tardio, comparando com os restantes exemplos europeus, nomeadamente o italiano e o Nazi.

O MNS acaba por constituir o albergue de certa direita radical portuguesa, agrupando franjas marginais de diversos movimentos políticos e ideológico criados durante a I República, das revoltas monárquicas, aos regressados das trincheiras.

Em pouco tempo assumiram uma organização nacional, de vários milhares de aderentes, colocando militantes entre o Exercito, a academia, e a vida política em geral.

Assumem uma política de apoio à ditadura, mas não de total subserviência a Salazar e ao seu projecto.

Defendem o culto ao Chefe, e Salazar não cumpria os requisitos do ditador carismático.

Defendem a paramilitarização da sociedade civil, numa réplica externa e estranha dos modelos dos camisas negras italianos e dos camisas castanhas nazis (SA). E Portugal não necessita de tal aparato de controlo da rua e da violência. Afinal fora tropa a fazer o 28 de Maio.

Colocar-se-ão em conflito com a União Nacional (e com o salazarismo emergente), pretendendo que a revolução cantada seja a Revolução Fascista e não apenas a Revolução Nacionalista do salazarismo.

António de Oliveira Salazar, Discursos I
«É esta a Revolução que esperávamos?», no Coliseu dos Recreios, 27 de Maio de 1933.
pp. 223-225



Salazar acabaria por ilegalizar o movimento, expulsar os seus lideres mais carismáticos – Rolão Preto e Alberto Monsaraz – e incorporar o material humano do MNS nas estruturas de enquadramento político e social criadas para pacificar a sociedade política existente no inicio dos anos 30. (AEV, MP, LP, Grémios, Sindicatos, etc)



João Medina, Salazar e os Fascistas
pp. 240-243.

Contextualização cronológica

1930 – criação da União Nacional
1932 - o ano da formação do 1º governo de Salazar, e o ano da morte de D. Manuel II, que originará uma forte contestação sucessória, que causará uma importante cisão na causa monárquica e
1933 - Plebiscito Constitucional em Março. Novembro I Congresso Nacional-sindicalista. Acção Escolar Vanguarda, criada nos finais de 1933, por Carneiro Pacheco (Ministro da Instrução Pública) para combater nas escolas a influencia do MNS. Hitler toma o poder.
1934 – I Congresso da UN – 1ª cisão salazarista (José Cabral, Amaral Pyrrait, Castro Fernandes). 29 Julho, Salazar anuncia a dissolução do MNS, expulsa Rolão Preto e Alberto Monsaraz.
1936 – Legião Portuguesa, Mocidade Portuguesa

b) O Integralismo Lusitano
Movimento político-ideológico nacionalista
1ª Geração – Hipólito Raposo, Alfredo Sardinha, Alberto de Monsaraz, Pequito Rebelo, Almeida Braga
2ª Geração – Murias, Marcelo Caetano,

c) A Liga 28 de Maio
Criada em 1928, como reaçao à prometida criação de um partido da ditadura, prometido pró Vicente de Freitas para suportar o governo nas prometidas eleições administrativas (e presidenciais)
Demonstra que a hemogenia no seio da ditadura não existia, que esta era abertamente disputada.
Fundada por jovens integralistas, jovens militares, «candidatos a ditadores», que se tinham agrupado no breve consulado de Gomes da Costa.


O Fascismo em Portugal.

O que é, então, o Fascismo?

Características dos Fascismos
Para Robert Paxton (The Anatomy of Fascism, Allen Lane, 2004) é patente um ciclo de 5 etapas

a criação do Movimento
A sua colocação no sistema político
A tomada do Poder
O exercício do Poder
a longa duração onde o fascismo escolhe entropia ou radicalização

Já Michael Mann (Fascists, Cambridge University Press, 2004), sugere 5 termos-chave para entendermos o Fascismo

Nacionalismo – forte ligação à Nação Orgânica e Integral
Estatismo – autoritarismo e totalitarismo
Transcendência «política»
Purificação – rácica associada a muitas1 experiências fascistas
Paramilitarismo – ideia chave quer como valor quer como forma de organização

Nestes termos, houve fascismo em Portugal?
Sim, mas este nunca alcança o Poder.

É o Estado Novo um regime fascista?
Não. Não querendo isso dizer que não contemple na sua complexidade de formas e atitudes fascistas ou fascizantes, bem patentes em algumas organizações e instituições produzidas (AEV, LP, MP), e bem expostas em algumas fases – em especial até 1944.
De quem o interpretou

Manuel Vilaverde Cabral andou à volta do fascismo enquanto movimento e do Fasciso enquanto regime; numa prespactiva comparada.

Manuel de Lucena definia o regime Salazarista como autoritário, conservador, burucrático-corporativo, questionando-se se seria o Salazarismo um fascismo sem partido?

Braga da Cruz sugere que a forma de regime do salazarismo é caracterizada por um Nacionalismo Liberal – Autoritário, de definição constitucional híbrida.

António Costa Pinto entende que a resposta à definição de Fascismo depende dos conceitos e das variáveis comparativas utilizadas.

E Eduardo Lourenço reparte a responsabilidade da existência do fascismo em Portugal entre a «situação» e a «oposição», numa análise por nós partilhada.

De quem o viveu

a) Era Salazar fascista?
Entrevistas de Salazar com António Ferro,
pág 73, pág 75 e pág 210 (sobre Hitler)

b) Como se apresentava o regime perante os fascismos?
Organização Política e Administrativa da Nação
pp. 120 e pp. 127

O Estado Novo é um regime político assumidamente autoritário, nacionalista e conservador, com uma atitude política por vezes totalitária, estatista, assumindo uma relação paternal entre o Estado e o Povo.

Procura resolver o problema da governança posto em causa pela experiência dos últimos anos da monarquia e da I República.

(é preciso ter em atenção que era tranquilamente aceite que o modelo democrático liberal tinha falido, e que era necessário procurar novas formas de organização social e política que resolvessem as grandes questões da época: a questão social e a questão financeira / económica)

O Salazarismo apresenta soluções práticas, articuladas e sólidas para as questões do dia. É atractivo, jovem, moderno, revolucionário, autoritário e nacionalista.

Enquadra-se na procura de terceiras vias entre o liberalismo capitalista e a socialismo soviético, procura essa bem viva nos conturbados anos 20 e 30. E assume a necessidade de liderar a nova experiência política que projecte o país no futuro, com novas políticas com um Novo Homem, que construa o Novo Estado.

E para quem o recorda? Será o Estado Novo um regime fascista?

É necessário entender, em primeiro lugar, que para a oposição portuguesa a associação do regime ao fascismo é importante por dois motivos:

Para colar o destino do Estado Novo ao dos fascismos europeus, num primeiro momento

E para criar um discurso de confronto entre o «nós» e o «eles»; entre os antifascistas e os fascistas.


Termino com uma pergunta:

Foi o Estado Novo um regime fascista? O que vos diz a memória? O que vos diz a escola? O que vos diz a alma?
Sobre o Debate sobre o Fascismo em Portugal.
Sobre o debate sobre o carácter autoritário, totalitário ou fascista do Estado Novo, debate que não iremos prolongar, e que remetemos para as excelentes sínteses de António Costa Pinto e José Rebelo[ix], destacamos alguns contributos, dispersos pelos últimos 30 anos. Assim, e referindo apenas os autores nacionais, ainda na década de 70, Manuel de Lucena, Manuel Villaverde Cabral, João Medina e Fernando Piteira Santos[x]. Nos anos 80, António Costa Pinto[xi], Fernando Rosas[xii], Manuel Braga da Cruz, João Arsénio Nunes, Luís Reis Torgal e Eduardo Lourenço[xiii]. Mais recentemente, Irene Flunser Pimentel, José Rebelo, Jaime Nogueira Pinto, João Paulo Avelãs Nunes, Manuel Loff ou Rui Ramos deram importantes contributos ao tema[xiv]. No panorama internacional, e com edição em Portugal, citamos os trabalhos de Enzo Collotti, Helena Hernandez Sandoica, Ismael Saz Campos, Juan Linz, Jacques Georgel, Marco Palla, Reinhard Kühnl, Renzo de Felice, Stanley Payne, Stephen Fischer-Galati, Stuart Woolf, Luís Bensaja dei Schirò e de Zeev Sternhell[xv].
[i] Ver Fernando Rosas, “A crise do Liberalismo e as origens do «autoritarismo moderno» e do Estado Novo em Portugal”, in Penélope nº 2, Lisboa, 1989, pp. 97-114 e Fernando Rosas, Portugal século XX (1890-1976). Pensamento e acção política. Lisboa, Noticias editorial, 2004; pp. 55 e seguintes.
[ii] Sobre o processo de maturação política e de formação ideológica de Salazar ver Valentim Alexandre, O roubo das almas. Salazar, a Igreja e os totalitarismos (1930-1939), Lisboa, Dom Quixote, 2006, em especial o primeiro capítulo.
[iii] Ver Fernando Rosas, O Estado Novo (1926-1974), volume VII, pp. 151-242
[iv] Veja-se, por exemplo, os discursos fundadores do regime, apresentados por Salazar entre 1930 e 1932; e todos reunidos no seu primeiro livro de Discursos : «Ditadura política e reforma administrativa [28 de Maio 1930]», pp. 45-66; «Princípios fundamentais da Revolução Política [30 de Julho 1930]», pp. 69-96; «O Exercito e a Revolução Nacional [28 de Maio 1932]», pp. 137-149; e «As diferentes forças políticas em face da Revolução Nacional [23 de Novembro de 1932», pp. 159-182.
[v] Ver Fernando Rosas, O Estado Novo, (1926-1974), volume VII…
[vi] Ver entre outros, os discurso de fundação do regime proferidos por Oliveira Salazar: o discurso da Sala do Risco (“Ditadura Administrativa e Revolução Política [1930]”, in Discursos I, 1928-1934; pp. 45-46) e o da Sala do Conselho de Estado (“Princípios Fundamentais da Revolução Política [1930]”, in Discursos I, 1928 – 1934, pp. 69-96). Também as entrevistas com António Ferro são elucidativas, ver António Ferro, Salazar. O homem e a sua obra, s.l, Imprensa Nacional de Publicidade, 1933. da intervenção integrista, dentro ou fora do Estado Novo, destacamos Pequito Rebelo, Marcelo Caetano e Pedro Teotónio Pereira e João Ameal.
[vii] cf. Telmo Faria, Debaixo de fogo! Salazar e as Forças Armadas (1935-41), Lisboa, Edições Cosmos/Instituto da Defesa Nacional, 2000; e Óscar Carmona. Fotobiografia; Lisboa, Museu da Presidência da República, 2006.
[viii] Referimo-nos ao plano financeiro defendido por Domingues Oliveira, e fortemente atacado por Salazar. Ver Fernando Rosas, O Estado Novo (1926-1974), volume VII, pp. 151-242.
[ix] António Costa Pinto, O salazarismo e o fascismo europeu. Problemas de interpretação nas ciências sociais, Lisboa, Editorial Estampa, 1992 e José Rebelo, Formas de legitimação do Poder no salazarismo, Lisboa, Livros e Leituras, 1998.
[x] Manuel de Lucena, A evolução do sistema corporativo português. I – O Salazarismo, Lisboa, Perspectivas e Realidades, 1976; A evolução do sistema corporativo português. II - O Marcelismo, Lisboa, Perspectivas e Realidades, 1976; “Interpretações do salazarismo: notas de leitura crítica I”, in Análise Social nº 83, Volume XX, Lisboa, 1984, pp. 423-451 “Notas para uma teoria dos regimes fascistas”, in Análise Social, nº. 125-126, volume XXIX, Lisboa, 1994, pp. 9-32. De Manuel Villaverde Cabral, “Sobre o fascismo e o seu advento em Portugal: ensaio de interpretação a pretexto de alguns livros recentes”, in Análise Social nº 48, Volume XII, Lisboa, 1976, pp. 873-915; Manuel Villaverde Cabral, “O Fascismo português em perspectiva comparada”, in AAVV, O Fascismo em Portugal, Lisboa, A Regra do Jogo, 1982, pp. 19-30. De João Medina, Salazar e os Fascistas. Salazarismo e Nacional-sindicalismo, a história de um conflito 1932-1935, Lisboa, Livraria Bertrand, 1978; João Medina, “O Congresso Fascista em Montreux (1934)”, in AAVV, O Fascismo em Portugal, Lisboa, A Regra do Jogo, 1982, pp. 187-194. De Fernando Piteira Santos, “O Fascismo em Portugal, conceito e prática, in AAVV, O Fascismo em Portugal, Lisboa, A Regra do Jogo, 1982, pp. 8-18
[xi] Ver, de António Costa Pinto: António Costa Pinto e Nuno Afonso Ribeiro, Fascismo e Juventude nos primórdios do Estado Novo: a Acção Escolar Vanguarda (1933-1936), in AAVV, O Fascismo em Portugal, Lisboa, A Regra do Jogo, 1982, pp. 229-258; António Costa Pinto, “A ideologia do fascismo revisitada: Zeev Sternhell e os seus críticos”, in Ler História, nº 6, 1985, pp.109-120; “O fascismo e a crise da Primeira República: os nacionalistas lusitanos (1923-23) ”, in Penélope nº 3, 1989, pp. 44-62; “O salazarismo e o fascismo europeu: os primeiros debates nas ciências sociais”, in AAVV, Salazar e o Salazarismo, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1989, pp. 153-188; O salazarismo e o fascismo europeu. Problemas de interpretação nas ciências sociais, Lisboa, Editorial Estampa, 1992; Os camisas azuis. Ideologia, elites e movimentos fascistas em Portugal. 1914 – 1945, Editorial Estampa, Lisboa, 1994; “Fascismo”, in Dicionário do Estado Novo…, 1996, pp. 345-346; “Elites, single-parties and political decision-making in Fascist-era dictatorships”, in Contemporary European History, nº 11, 2002, pp. 429-454; “Back to European Fascism”, in Contemporary European History, n.º 15, 2006, pp. 103-106 e Antonio Costa Pinto, Stein Ugelvik Larsen, “Conclusion: Fascism, Dictators and Charisma” in Totalitarian Movements and Political Religions, volume 7, nº 2, 2006, pp. 251-257.
[xii] Ver, de Fernando Rosas, “A crise do Liberalismo e as origens do «autoritarismo moderno» e do Estado Novo em Portugal”, in Penélope nº 2, Lisboa, 1989, pp. 97-114; “Cinco pontos em torno do estudo comparado do fascismo”, in Vértice nº 13 (II Série), Lisboa, Abril 1989, pp. 21-29; “Salazar e o salazarismo: um caso de longevidade política”, in AAVV, Salazar e o Salazarismo, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1989, pp. 13-58; Portugal século XX (1890-1976). Pensamento e acção política, Lisboa, Noticias editorial, 2004.
[xiii] Ver Eduardo Lourenço, “Fascismo e cultura no antigo regime”, in Análise Social nº 72-73-74, Volume XVIII, Lisboa, 1982, pp. 1431-1436. De Luís Reis Torgal, “Salazarismo, fascismo e Europa”, in Vértice nº. 52, Lisboa, 1993, pp. 41-52. De Manuel Braga da Cruz, “O integralismo lusitano nas origens do salazarismo”, in Análise Social nº 70, Volume XVIII, Lisboa, 1982, pp. 137-182 e “Salazar e a Política”, in AAVV, Salazar e o Salazarismo, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1989, pp. 59-70. De João Arsénio Nunes, «A formação do Estado fascista em Portugal à luz da correspondência diplomática britânica (1926-1933)», in AAVV, O Estado Novo. Das Origens ao fim da autarcia. 1926-1959, volume I, Fragmentos, Lisboa, 1987, pp. 189-198.
[xiv] Irene Pimentel, “A presença do fascismo italiano em Portugal”, in História, nº 4, (3ª série), 1995, pp. 14-25; José Rebelo, Formas de legitimação do Poder no salazarismo, Lisboa, Livros e Leituras, 1998; Jaime Nogueira Pinto, A Direita e as Direitas, Lisboa, Difel, 1996 e Jaime Nogueira Pinto, António de Oliveira Salazar. o outro retracto, Lisboa, A esfera dos livros, 2007; Manuel Loff, Salazarismo e Franquismo na época de Hitler (1936-1942), Porto, Campo das Letras, 1996. De João Paulo Avelãs Nunes, “O conceito de Fascismo na Historia recente de Portugal”, in Vértice nº. 52, Lisboa, 1993, pp. 53-65 e “Tipologias de Regimes Políticos. Para uma leitura Neomoderna do Estado Novo e do Nuevo Estado.”, (separata da revista Portuguesa de História, tomo XXXIV), Coimbra 2000; e Rui Ramos, Outra opinião. Ensaios de Historia, Lisboa, O Independente, 2004.
[xv]Enzo Collotti, Fascismo, Fascismos, Lisboa, Editorial Caminho, 1992; Helena Hernandez Sandoica, organização, Los Fascismos Europeus, Madrid, Itsmo, 1992; Henri Michel, Os Fascismos, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1977; de De Ismael Saz Campos, «Repensar o Fascismo», in Roque Moreno Fonseret, editor, Plebiscitos y elecciones en las dictaduras del sur de Europa (siglo XX), Alicante, Marfil, 2003, pp. 29-59. De Juan Linz, «Some notes towards a comparative study of fascism in sociological historical perspective», in Fascism: a Reader’s Guide. Analyses, Interpretations, Bibliography, s.e, s.d, s.l.; Totalitarian and authoritarian regimes, Boulder, Lynne Rienner Publishers, 2000; e Fascism, breakdown of democracy, authoritarian and totalitarian regimes: coincidences and distinctions, Estudio / Working paper 2002/192, Madrid, Instituto Juan March, 2002. Dde Jacques Georgel, O salazarismo, Lisboa, Publicações dom Quixote, 1985; de Marco Palla, «O regime fascista italiano», in AAVV, O Estado Novo. Das Origens ao fim da autarcia. 1926-1959, volume I, Lisboa, Fragmentos,1987, pp. 59-76; de Reinhard Kühnl, «Nacional Socialismo = Fascismo ?», in AAVV, O Estado Novo. Das Origens ao fim da autarcia. 1926-1959, volume I, Lisboa, Fragmentos, 1987, pp. 117-126; de Renzo de Felice, Breve historia do Fascismo. Uma síntese da pagina mais trágica do século XX italiano, Cruz Quebrada, Casa das Letras, 2005. De Stanley Payne, “Autoritarisme Portugais et Autoritarismes Européens”, in Revista História das Ideias nº16, Coimbra, Instituto de História e Teoria das Ideias/Faculdade de Letras, 1994, pp. 7-18, «A taxonomia comparativa do autoritarismo», in AAVV, O Estado Novo. Das Origens ao fim da autarcia. 1926-1959, volume I, Lisboa, Fragmentos, 1987, pp. 23-30 e A History of Fascism, 1914-1945, s.l., The University of Wisconsin Press, 1995. De Stephen Fischer-Galati, «Regimes autoritários da Europa Oriental: estudo comparado», in AAVV, O Estado Novo. Das Origens ao fim da autarcia. 1926-1959, volume I, Lisboa, Fragmentos, 1987, pp. 87-98; de Stuart Woolf, “Fascismo e autoritarismo: em busca de uma tipologia do fascismo europeu”, in AAVV, O Estado Novo. Das Origens ao fim da autarcia. 1926-1959, volume I, Lisboa, Fragmentos, 1987, pp. 15-22; de Luís Bensaja dei Schirò, “Apontamentos para uma integração do fascismo salazarista no fascismo europeu”, in Vértice nº 13, 1989, pp. 83-92; e de Zeev Sternhell, coordenação, Nascimento da Ideologia fascista, Venda-nova, Bertrand Editora, 1995.

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