Dois dias na história de uma cidade.
Dias de angustia, de celebração, de lágrima e de riso.
Dias de partilha, de fuga, de medo e de pânico.
Dois dias na vida de Berlim.
Dois dias que a história quis que ocorressem na capital alemã, centro natural de filosofia, de ideia, de política, de cultura.
Dias que a história quis que fossem duplamente certificados pelas mesmas testemunhas, experimentando no real o que de melhor e de pior a humanidade é capaz de produzir.
Dois dias onde Berlim assumiu, ontem como hoje, um estranho magnetismo potenciador de purismos extremos. Ontem foi a possibilidade total da libertação, anteontem a escuridão do nazismo totalitário e hoje a Ideia de Europa.
Separados por seis décadas, a queda do muro de Berlim e a Kristallnacht não podiam representar estados de espírito mais antagónicos. De verdadeira superação colectiva e de devir nacional, o dia 9 de Novembro de 1989; e de definição do totalitarismo pagão e racista e de afirmação do nazismo como formula política de matriz muito particular do 9 de Novembro de 1938.
São dias desses que definem a alma de uma civilização, que assumem carácter, que permitem a inscrição, a letras escarlates, na memória.
E essa perdura… se não a quiserem apagar…
1989, queda do Muro
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